segunda-feira, 6 de junho de 2011

Além de tudo, violência!


Pessoal, hoje li em um perfil do twitter um depoimento de uma jovem revoltada com o que aconteceu com seu irmão dentro de um ônibus da Linha Circular Shopping 02, neste sábado, dia 04 de junho de 2011. Entrei em contato com ela, que me enviou por email o ocorrido. Publico o email aqui no blog, para que sirva de denúncia e também de alerta para nós, passageiros, e para os motoristas que permitem entradas pelas portas traseiras dos ônibus.

"Não sei por onde começo. De verdade. Se do momento do susto quando recebi a ligação do meu irmão contando, nervoso, o que tinha acontecido com ele ou dos momentos de angústia que passei do momento em que fui buscá-lo e da consternação de ouvir, detalhadamente, o episódio. Então vou me ater aos relatos que têm pertinência com o assunto do Blog. E vou contar da forma como ele me disse, pois informo desde já que não estava lá pra ver – ele é a minha fonte, e está muito nervoso pra falar sobre o assunto assim, publicamente. Tive receio de fazer uma exposição, então pedi autorização dele para fazer isso.
Como contei através do Twitter, na manhã deste sábado, dia 04 de junho de 2011, por volta das 11.15 da manhã, meu irmão pegou o Circular Shopping 02, que vai do terminal da atalaia (Zona Sul) em direção ao Shopping Jardins. O carro era daquele modelo médio, da Viação Modelo, sem cobrador.
Em frente àquelas quadras de basquete, sobe um grupo de cerca de 10 pessoas, pela porta de trás do ônibus. Por diversas vezes presenciei motoristas parando viagens atrasadíssimas para fazer com que pessoas que tentam entrar sem pagar passagem desçam do carro. Sempre achei tempestade em copo d’água, mas achava também que o motorista estava cumprindo ordens e ficava impaciente vendo a pessoa não querer descer, nem o motorista querer andar.
Mas não neste caso; o motorista deixou que o grupo entrasse por trás, recebendo aquele conhecido ‘valeu motô’ (em malaquês) do pessoal.
Acontece que uma pessoa desse mesmo grupo sentou ao lado do meu irmão e pediu o celular, que disse que não tinha, levantou e saiu de perto. Mas outro sujeito colocou a mão no bolso dele e puxou o celular, momento em que o grupo começou a agredi-lo, aos chutes e, caído ao chão, também levou pisadas na cabeça. Havia garotas no grupo, também praticando a violência.
Nesse momento, o motorista nada fez (também não queria que ele desse uma de super-herói). Apenas reduziu a velocidade, quando meu irmão e mais duas pessoas saltaram do carro, ainda em movimento (ele arranhou o braço). E o grupo, marginais, eu diria, seguiu a viagem.
Ele ligou pra o 190 e depois pra mim. Quando fui ao buscá-lo, encontramos uma viatura da polícia, que tentou alcançar ônibus, mas não conseguiu, pois este havia entrado no terminal DIA. Então desistiram (?).
Depois de registrar a ocorrência, fui buscar informações no Terminal Zona Sul, e perguntei quem era o fiscal da Viação Modelo. Recebi a resposta de que não havia fiscal daquela empresa ali, e deveria procurar o fiscal da SMTT. Novamente, nenhum sucesso. Alguns me disseram que não o tinham visto durante a manhã, nem sabiam informar se ele tinha ido trabalhar naquele dia.
Queria, com isso, saber ao menos onde o pessoal desceu, para informar à polícia e atentar para prováveis novos ataques.
Resultado: Não sei que medidas foram tomadas pelo motorista do ônibus, se comunicou a ocorrência, se deixou pra lá, se nem mesmo se atacaram o próprio motorista... Tenho esperança de receber alguma resposta esta segunda. Sei que com certeza as agressões não passaram despercebidas por ele, mas todo esse conjunto de descaso com o qual nos deparamos este fim de semana e não deve ter sido, com certeza, a primeira e única vez que aconteceu.
O pior é que não depende de atitude nenhuma da nossa parte; já somos passivos, já entregamos nossas coisas ‘de boa’, não reagimos... E muita gente que depende do transporte público sem qualquer saída, vai continuar vulnerável a esse tipo de violência, até a coisa mais grave?
De qualquer forma, vou em busca de informações. Agradeço o espaço."

4 comentários:

  1. Eu vi o relato dela no Twitter e fiquei chocada! Não sei nem o que dizer... Só sei que estou com medo, muito medo, SÉRIO! Sempre tive medo dessas pessoas que sobem por trás e que o motorista ou o cobrador não mandam descer!
    O que eu acho mais incrível nessa história, é o motorista não fazer nada! Ao invés de parar o ônibus para os marginais descerem ou ir para a delegacia mais perto, ele abra a porta em movimento para as pessoas descerem? COMO ASSIM? Eu não vou nem falar o que acho dessa atitude dele, porque eu posso tá julgando-o sem saber!
    E mais uma vez, mais uma vez... CADÊ VOCÊ, SMTT? ASSIM NÃO DÁ!

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  2. Também tenho medo desses vagabundos, que as vezes batem no fundo do ônibus e o motorista abre a porta, principalmente próximo ao Jardins. Uma vez dois menores brigando, aparentavam ser menores, entraram dentro do ônibus, um deles bateu na lateral e o motorista abriu a porta, depois entrou um 2º com um pedaço de pau na mão e ficarm brigando, por sorte o que estava com o pedaço de pau desceu logo na Hermes Fontes. O fato aconteceu pelo o dia.

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  3. Sem palavras. Eu pego esse ônibus direto e poderia ter acontecido comigo também.

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  4. Absurdo! como o motorista abre a porta do onibus EM MOVIMENTO e segue viagem após dois passageiros pularem fora? Não tem justificativa

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